23/03/2020 23:21 Há 4 anos

MP apura nepotismo na nomeação da coordenadora de Creche, irmão e primo, afilhados de Délia Razuk



Da redação
  1. O Ministério Público do Estado de Mato Grosso do Sul deverá instaurar inquérito civil para apurar possíveis atos de improbidade administrativa cometidos pela prefeita de Dourados Délia Razuk (PTB) ao nomear M.R.L como coordenadora do Centro de Educação Infantil Municipal "Professor Mário Kumagai" do Jardim Novo Horizonte, órgão ligado à Secretaria Municipal de Educação.

Em tese, essa servidora é ordenadora de despesas das contas da referida Unidade Escolar junto ao Banco do Brasil e Bradesco, além de ajudar organizar conjuntamente os balancetes da Associação de Pais e Mestres na comunidade. Para tanto, foram aventadas irregularidades na nomeação do seu irmão, o músico católico J.A.R.L como assessor especial, simbolo (DGA-4) lotado na Fundação Municipal de Esportes (FUNED), onde atua na musicalização do Complexo Esportivo "Jorge Antonio Salomão", do Jardim Água Boa, além de um primo que é servidor comissionado na Secretaria Municipal de Cultura, e líder de igreja católica da Vila Cachoeirinha. 

Em 2019, este mesmo denunciado anunciou a sua saída da Secretaria Municipal de Cultura, após informações acerca do seu não comparecimento no expediente funcional, a pasta é sediada no Parque dos Ipês. Nesta ocasião, o comunicado do demissionário foi divulgado pelas redes sociais quando ele agradeceu a oportunidade de trabalhar na administração municipal e justificou sua saída graças a projetos pessoais.

OUTRO LADO:

Na manhã da ultima quinta-feira (19), em conversas informais por telefone com a redação do Jornal Alô Dourados, servidores da Procuradoria Geral do Município de Dourados (PGM) informaram que a nomeação desses dois irmãos como servidores comissionados não é irregular, pois nenhum deles ocupa a função de secretário municipal. Porém há dúvida acerca dos coordenadores dos Centros de Educação Infantil e Escolas Municipais que são ordenadores de despesas em contas bancárias, o que pode ferir a legislação.

OUTROS CASOS:

Em 2017, segundo o jornal Dourados News, o ex-diretor presidente da Funsaud (Fundação de Serviços de Saúde de Dourados), Albino Mendes, foi exonerado do cargo de Assessor Especial II, após polêmica envolvendo a nomeação de seu filho, Everton Basílio Pacco Mendes, para o cargo de diretor da UPA (Unidade de Pronto Atendimento) quando ele ainda comandava o setor.

Nesta ocasião, de acordo com o decreto assinado pela prefeita Délia Razuk (PR), Albino ficou exonerado, a pedido, a partir de 22 de fevereiro de 2017, do cargo de provimento em comissão de "Assessor Especial II", símbolo DGA- 02, lotado no Gabinete da Prefeita Municipal, com remuneração mensal de R$ 8.500.

DIREITO DE RESPOSTA

No final da tarde de quinta-feira (19), a redação do jornal Alô Dourados  telefonou ao assessor de comunicação da Prefeitura de Dourados, Albino Mendes, e o procurador geral do município Sérgio Henrique, mas as ligações não foram respondidas.

Segundo o Regimento Interno do Ministério Público Estadual, a partir do recebimento da denúncia se abre uma notícia de fato para analisar as declarações, posteriormente convertente-se a investigação em inquérito civil para a adoção de recomendações extrajudiciais e/ou judiciais pra a eventual demissão dos servidores envolvidos, dentro do prazo de até 60 dias. Caso a prefeita Délia não acate o pedido, somente uma ordem judicial e multas diárias poderá obrigar a exoneração dos envolvidos.

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