18/02/2023 18:55 um ano atrás

Após morte trágica de jovem, empresa oferece acordo indenizatório de R$ 30 mil



Da redação

 

Trabalhadores envolvidos no acidente não usavam EPI, não receberam treinamento para manusear equipamento e não tinha supervisão de segurança no trabalho.

Renan Alexandrino de Arruda morreu vítima de acidente de trabalho aos 26 anos. Seu irmão estava carregando ferro em um caminhão na sede da empresa Aço Prático, em Campo Grande/MS, quando uma corrente arrebentou e o material caiu sobre Renan enquanto ele ouvia ordens do gerente da empresa. Ele chegou a ser socorrido e encaminhado para a Santa Casa, mas não resistiu. O laudo aponta politrauma grave como causa da morte.

O Caso

Em investigações preliminares, testemunhas relataram que a empresa não ofereceu equipamento de proteção individual aos trabalhadores, além de nunca ter capacitado o funcionário a operar equipamento de elevação e transporte de vigas de aço. A negligência quanto ao treinamento e proteção do funcionário que operava o equipamento culminou em uma tragédia familiar, porque Victor Arruda, que operava a máquina que transportava o metal é irmão de Renan, vítima fatal do acidente. Renan era responsável pelo sustento da mãe, dona Elaine Cristina que morava com ele. Além disso os irmãos eram bastante unidos, jogavam futebol juntos e eram inseparáveis.

Das empresas envolvidas no processo de indenização aberto pela mãe de Renan (0025090-44.2022.5.24.0002), na audiência ocorrida na última sexta-feira, 17/03, apenas a Aço Prático manifestou interesse em propor um acordo, porém o valor da proposta chamou a atenção porque foi de apenas R$ 30 mil reais, ou seja, trinta mil para resolver uma indenização pela morte de um funcionário no pátio de sua sede em Campo Grande, aos 26 anos de idade.

A outra empresa que também foi inserida no processo, Arcelomittal, não propôs nenhuma indenização referente ao caso porque defende que não tem nenhuma ligação com ele e deve ser excluída do processo.

Ao tratar a morte de um jovem trabalhador com pouca importância, fica evidenciado que a impunidade das empresas fomenta essa atividade predatória: descartar a vida do trabalhador e a saúde de sua família, mesmo que os erros sejam reconhecidos pelos responsáveis e sua casualidade previstos em Lei.

Agravantes

No processo aberto a mãe do jovem aponta uma sucessão de erros que mostrariam como a empregadora Aço Prático agiu com descaso na prevenção do acidente, como não cumpriu com as normas de segurança exigidas pelo Ministério do Trabalho e Emprego, não havia regulamentação do uso dos equipamentos, nem treinamento de funcionários para sua utilização. Não houve nenhuma supervisão de profissional habilitado, para atuar na prevenção de acidentes. A empresa inclusive não respeitou a norma de não movimentar cargas sobre os trabalhadores.

Em seu site na internet a empresa Aço Prático apresenta a sustentabilidade como um dos seus valores fundamentais, mas no processo de indenização pela morte de Renan o jovem empregado morto aos 26 anos de idade fez uma proposta de 30 mil para encerrar o caso.

Procuramos contato com as empresas envolvidas, mas até o fechamento desta matéria não retornaram o contato.

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