19/09/2019 21:40 Há 5 anos

TJ-MS aceita denúncia contra filho de Reinaldo Azambuja



Na tarde desta terça-feira (17), a 2ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS) — representada pelos desembargadores José Ale Ahmad Netto e Jonas Hass Silva Júnior — acolheu recurso do Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MP-MS) que denunciou o filho do governador Reinaldo Azambuja, Rodrigo Souza e Silva, como mentor de um suposto plano de roubo e morte do corretor de gado, José Ricardo Gutti Gumari, conhecido como “Polaco”. Em primeira instância, a juíza May Melke Amaral, da 4ª Vara Criminal, havia rejeitado a denúncia acolhida pelo TJ-MS nesta terça-feira. Segundo a denúncia, a Polícia Federal e o Ministério Público Estadual apuraram a existência de um plano para roubar o veículo do corretor de gado, e ainda executá-lo. Polaco seria um dos operadores de um esquema de pagamento de propinas da ordem de R$67,7 milhões pelos donos da JBS, Wesley e Joesley Batista, à cúpula da administração Reinaldo Azambuja (PSDB) e a integrantes do Legislativo de Mato Grosso do Sul. Polaco estaria chantageando os envolvidos com a ameaça de firmar uma delação premiada em que entregaria envolvidos no caso. E o aposentado Luiz Carlos Vareiro, 61 anos, teria sido contratado pelo filho do governador, Rodrigo Souza e Silva, para roubar R$270 mil reais que o corretor teria recebido do esquema de pagamento de propinas e ainda executar o corretor de gado. Em depoimento ao promotor Marcos Alex Vera de Oliveira, do Grupo de Atuação Especial de Combate à Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público de Mato Grosso do Sul, Luiz Carlos Variego teria confirmado as informações. Os crimes teriam sido encomendados após reportagem exibida no programa Fantástico, da Rede Globo de Televisão, no dia 28 de maio de 2017, que denunciou o esquema, em que Polaco era citado. Depois do início das investigações e de ter revelado que estaria sofrendo ameaças, Polaco mudou sua disposição em firmar a delação premiada. Em 12 de setembro de 2018, por determinação do ministro Felix Fisher, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), a Polícia Federal prendeu temporariamente 14 pessoas implicadas no esquema de corrupção — inclusive o filho do governador —, empresários e pecuaristas. A notícia de que Rodrigo Souza e Silva estaria envolvido no planejamento dos crimes teria sido o estopim para a deflagração da operação. Em nota, o advogado de defesa do filho do governador, Gustavo Passarelli informou que aguarda a publicação da decisão do TJ-MS para avaliar as estratégias jurídicas que serão adotadas para a apresentação, em momento oportuno, dos elementos de prova que demonstrem a inocência do cliente.
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