Em Dourados, pela vida, gestão Alan Guedes estabelece lockdown
* Coluna Anexos : 30/05/2021
Por Mariana Gomes da Rocha
Em Dourados, segunda maior cidade do interior do estado do Mato Grosso do Sul, o prefeito Alan Guedes (PP), governando pela primeira vez o município, ao lado de sua equipe de gestão, publicou, na última sexta-feira, o decreto N° 400, sobre medidas restritivas para prevenção do contágio do Covid-19.
Pela vida, como disse em pronunciamento anunciado nos canais oficiais de comunicação da Prefeitura Municipal de Dourados, o corajoso prefeito progressista anunciou resguardar o interesse da coletividade restringindo a circulação de pessoas.
Bem, no momento mais crítico da pandemia, já são quase 500 famílias douradenses em luto; no total, o município contabiliza 788 mortes. O que muitos precisam compreender é que ao permanecermos muito tempo com elevadíssima circulação do vírus, ou seja, na bandeira cinza, o risco de novas mutações surgirem aumenta, sendo possível até que o efeito da imunização seja menos potente.
Trabalhadoras e trabalhadores da linha de frente, nos serviços de saúde, entoam o coro de exaustão e angústia, afinal, mais de um ano desde o início desta guerra contra o vírus e os números subiram mais uma vez. No boletim epidemiológico publicado na manhã do sábado, 29, um dia após o decreto que estabeleceu 14 dias de Lockdown, os dados mostraram que Dourados chegou no pior momento de toda pandemia.
Segundo o Programa de Saúde e Segurança da Economia (Prosseguir), o lockdown é recomendado apenas para os municípios classificados na bandeira cinza, o que significa risco extremo de contaminação da Covid-19, desta forma, pautado no procedimento operacional previsto, após o anúncio de que Dourados havia entrado na bandeira cinza, as autoridades sanitárias, bem como a equipe de gestão de Alan Guedes, tomou uma decisão que soa impopular ao setor econômico e também à população, mas que se sustenta irrestritamente, na defesa da vida das pessoas de nossa região.
Quinze óbitos, sendo 10 deles moradores da cidade. Segundo o boletim epidemiológico, são 306 casos positivos e mais de 50 pessoas esperando por vagas de UTI.
Dourados, ao Norte, faz divisa com Rio Brilhante, Maracaju, Douradina e Itaporã, ao Sul, Fátima do Sul, Caarapó, Laguna Carapã e Ponta Porã, ao Leste, com Deodápolis e finalmente, a Oeste, com o município de Ponta Porã. No entanto, não são apenas estes 10 municípios que dependem do serviço de saúde douradense, a verdade - leitores - é que a cidade acolhe quase metade dos municípios de Mato Grosso do Sul.
A distribuição da população sul-mato-grossense está concentrada Capital, em Dourados, Corumbá e Três Lagoas, cidades que ultrapassaram a marca de 100 mil habitantes, no entanto, é importante pensar que a macrorregião de Dourados é composta por 33 municípios, com uma população total de 831.310 habitantes, então, quando a gestão de Alan Guedes publica o Decreto para os 14 dias de medidas restritivas, não estão apenas pensando nos 225 mil habitantes do município de Dourados, na verdade, estão agindo pelos quase um milhão de cidadãos sul-mato-grossenses que necessitam da atenção de saúde da macrorregião de Dourados.
Álcool e Pandemia
Um dos pontos que gerou mais polêmica foi o da proibição da venda de bebidas alcoolicas durante o período do Lockdown, a acertada decisão da Prefeitura Municipal de Dourados reflete a preocupação com o consumo nocivo de álcool, uma vez que é um importante fator de risco para agressões que acontecem no contexto intrafamiliar, ou “doméstico”. Seja a violência perpetrada contra a mulher, ou aquela sofrida por crianças e adolescentes.
Mas como conseguir enfrentar tudo isso e ainda controlar o consumo de álcool?
Primeiramente, preste atenção na quantidade que tem bebido e também na frequência do seu consumo. A Organização Mundial da Saúde (OMS), em seu Relatório Global sobre Saúde e Álcool de 2018, aponta que o consumo nocivo de álcool está relacionado a cerca de 18% dos casos de violência doméstica.De acordo com o Mapa da Violência contra a Mulher produzido em 2018 pela Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher da Câmara, a cada 17 minutos uma mulher é agredida fisicamente no Brasil.
Há uma crise sanitária mundial, ainda em curso e não podemos ignorá-la. O grande consumo contínuo de álcool prejudica o sistema imunológico, tornando o corpo um alvo mais fácil para doenças, inclusive infecciosas, como é o caso da COVID-19. Os dias de confinamento precisam servir para que consigamos conversar dentro dos lares, tentar diminuir o consumo de alcool, buscar fazer atividades mais brandas, como, por exemplo, ler.
Em entrevista, após o anúncio do Lockdown, o Prefeito Alan Guedes além de afirmar que os 14 dias estão sendo pensados, com uma programação estratégica específica, o Chefe do Executivo municipal conclamou à sociedade, pela defesa da vida, ajudar o próximo, que seja a matar sua fome é crucial.
A bandeira, para a sociedade civil organizada, é dar de comer a quem tem fome, tal como é para a comunidade eclesiástica da cidade que lidera inúmeros mutirões humanitários, ofertando alimentos, tentando contribuir positivamente, respeitando os resguardos sanitários. As Igrejas católicas e evangélicas têm cumprido um importante papel neste legado de humanidade. Penso eu, Mariana, em como passar por isso tudo unidos, só assim, a jornada será mais leve. O debate inter religioso tem construído esse ambiente positivo na cidade.
* Mariana Gomes da Rocha: Gestora de Políticas Públicas para as Mulheres do Municipio de Dourados; Coordenadora da Rede de Coordenadorias (Redecoor)
E agora colunista no site de notícias Alô Dourados.
"Peço licença e agradeço o espaço que passo a ocupar neste site de notícias e opiniões. A você leitora e leitor da coluna “Anexos”, estaremos, todo último domingo do mês, pontuando fatos, notícias e até mesmo imprimindo minhas aventuras literárias, buscando proporcionar opiniões e reflexões baseadas em dados e evidências, sendo as particularidades pautadas sempre pela razoabilidade.
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