Avião que matou 4 pessoas carbonizadas caiu durante manobra de pouso
A queda do avião de pequeno porte no Pantanal, na noite desta terça-feira (23/9), ocorreu ao lado da pista de pouso da fazenda Barra Mansa, área turística localizada na zona rural de Aquidauana. O acidente matou um dos maiores arquitetos do mundo, o chinês Kongjian Yu, criador do conceito de “cidades-esponja”, os cineastas Luiz Ferraz e Rubens Crispim Jr., além do piloto Marcelo Pereira de Barros.
De acordo com o Corpo de Bombeiros, o avião arremeteu durante a manobra de pouso. Funcionários que trabalham no local presenciaram o acidente e utilizaram um trator e caminhão-pipa para chegar à aeronave, que explodiu ao atingir o solo, e combater o fogo.
Os corpos das quatro vítimas foram carbonizados. A operação de resgate durou cerca de nove horas e envolveu três militares e uma viatura. O acesso difícil e as condições do terreno dificultaram o trabalho das equipes.
A Força Aérea Brasileira (FAB) informou que o Quarto Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (SERIPA IV), órgão ligado ao Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA), foi acionado para investigar o caso. Ainda não há informações sobre o que causou a queda.
A aeronave tinha matrícula PT-BAN. O modelo era Cessna 175, fabricado em 1958. Segundo dados da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) o avião estava autorizado a voar apenas sob regras visuais, e durante o dia.
Sobre as vítimas
Luiz (casaco preto), Rubens (camisa azul), Kongjian (camisa vermelha) e Marcelo (camiseta branca); Fotos: Reprodução/Campo Grande News
Além de Marcelo Pereira de Barros, piloto e proprietário do Cessna Aircraft 175, também morreram Luiz Fernando Feres da Cunha Ferraz, cineasta brasileiro e diretor do documentário “Dossiê Chapecó: O Jogo por Trás da Tragédia”, que fala sobre a tragédia aérea que matou quase todo o time da Chapecoense em 2016. Ele estava acompanhado do arquiteto chinês Kongjian Yu e gravava um documentário sobre o conceito de cidades-esponja.
Outra vítima foi Luiz Fernando, que iniciou sua carreira em 2007 na Olé Produções, e dirigiu obras como o Dossiê Chapecó, indicado ao Emmy Internacional, e To Wino or To Win, produção sobre o Al Nassr Futebol Clube, time da Arábia Saudita com sede em Riade.
O diretor brasileiro esteve à frente do documentário sobre o arquiteto Álvaro Siza, exibido em diversos festivais internacionais, e assinou a direção de uma série dedicada a artistas contemporâneos, chamada Algo no Espaço.
Kongjian é criador do conceito de cidades-esponja, cuja proposta é conviver com a água em vez de combatê-la, ou seja, com parques e áreas verdes absorvendo o excesso de chuva e reduzindo enchentes. Doutor pela Universidade de Harvard, Yu também era professor na Universidade de Pequim e diretor do escritório de arquitetura paisagística Turenscape. Ele ainda era consultor do governo chinês e já havia projetado obras em mais de 70 cidades, muitas delas premiadas.
Por fim, o cineasta Rubens Crispim, que integrava o grupo, trabalhou em diversas produtoras dirigindo e fotografando documentários, séries e filmes de arte. Ele fundou a produtora Poseídos, que tem quase 20 anos de atuação no mercado audiovisual.
Rubens trabalhou em canais e plataformas, como Discovery Channel, National Geographic, Arte 1, TV Globo, TV Cultura e a plataforma de streaming Cultura em Casa.
Segundo o CAU (Conselho de Arquitetura e Urbanismo), os dois diretores e o arquiteto viajaram para o Pantanal no sábado (20) para gravar documentário sobre as cidades-esponja. Eles voltariam para Campo Grande na terça-feira.
Antes disso, Kongjian passou pela Bienal do Livro em São Paulo e, no início do mês, esteve na conferência internacional do CAU 2025 em Brasília, no Distrito Federal.
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