Délia Razuk reforça campanha do PTB e caciques investem em Barbosinha

Mesmo com pouco dinheiro e sem o apoio dos caciques que mandam na política de Mato Grosso do Sul, Alan Guedes cresce nas pesquisas e aparece tecnicamente empatado com Barbosa. “Não temos o apoio e o dinheiro de nossos adversários, mas temos nossos nomes limpos para apresentar à população de Dourados.

Somos filhos dessa terra. É por uma Dourados melhor, livre da corrupção e no rumo do desenvolvimento que estamos nessa luta”, afirmou Alan Guedes.

A campanha entra na reta final em Dourados com os apoios bem definidos aos três candidatos com mais musculatura eleitoral. A prefeita Délia Razuk mobilizou seus seguidores para pedir votos ao candidato do PTB, Wilson Matos.

Embora os adversários tenham impulsionado a versão de que a prefeita não apoiaria o candidato do PTB, seu ex-assessor, a participação dela em reuniões e caminhadas ao lado do petebista enterra de vez essa discussão: o candidato de Délia Razuk é Wilson Matos.

Já o candidato José Carlos Barbosa, o Barbosinha, tem de longe o mais volumoso apoio dos caciques políticos de Mato Grosso do Sul. Disputando em coligação com o PSDB do governador Reinaldo Azambuja, o candidato a prefeito do DEM tem em seu palanque nomes fortes da política sul-mato-grossense.

Até vereadores da base aliada da prefeita na Câmara trilham ao lado de Barbosinha, como Maurício Lemes Soares (PSB), Pedro Pepa (DEM), Cirilo Ramão (MDB), Juarez de Oliveira (MDB), Carlito do Gás (MDB), Denize Portolann (PSDB), Cido Medeiros (DEM), Silas Zanata (PSDB) e Romualdo Ramim (DEM).

Se por um lado Barbosinha conseguiu adquirir o apoio até de vereador de partido com candidato próprio, por outro ele enfrenta o desgaste de ter de sair às ruas pedindo voto ao lado de tantos implicados com a Justiça.

Réu no âmbito da Operação Cifra Negra após ser denunciado pelo Ministério Público por chefiar esquema de corrupção na Câmara, Idenor Machado desistiu de buscar outro mandato de vereador, mas está atuante na campanha de Barbosinha.

O candidato a vice na chapa do DEM é Valdenir Machado (PSDB), irmão de Idenor.

Outros enrolados com processos judiciais acusados de corrupção que estão na chapa de Barbosinha são os vereadores Pedro Pepa, Cirilo Ramão e Denize Portolann. Os dois primeiros no mesmo esquema envolvendo Idenor e Denize no âmbito da Operação Pregão, por desvios ocorridos na prefeitura no período em que foi secretária de Educação.

E ainda tem o atual secretário de Saúde do Estado, Geraldo Resende (PSDB), que perdeu a eleição para Délia Razuk quatro anos atrás. Também no time de Barbosinha, o secretário faz promessas de ações que certamente ele já poderia ter feito inclusive durante o período de pandemia.

Já o atual presidente da Câmara de Dourados Alan Guedes, candidato a prefeito pelo PP, está quase sozinho nessa disputa. “Tenho apoio dos amigos”, afirma ele ao andar pelas ruas de Dourados pedindo voto.

Alan entrou na disputa coligado com dois partidos que pelo menos em Dourados são considerados pequenos, o Cidadania do atual vice-prefeito Marisvaldo Zeuli (que rompeu com Délia Razuk) e o PL do candidato a vice Guto Moreira.

Os adversários tentaram vincular Guto Moreira à gestão Délia Razuk pelo curto período em que ele foi secretário adjunto de Saúde, em 2017.

Entretanto, o médico tinha deixado o time da atual prefeita justamente por não concordar com a gestão.

Em 2019, a pasta foi alvo da Operação Purificação, da Polícia Federal, mas a investigação nunca teve Guto Moreira como alvo. Recentemente ele chamou de “mau-caratismo sem tamanho” a tentativa de Barbosinha de ligar seu nome às irregularidades.

Guto mostrou documentos da Polícia Federal, com data do dia 22 de outubro deste ano, comprovando não existir qualquer tipo de irregularidade em seu nome.