Violência contra pessoa idosa aumenta na pandemia

Por Mariana Rocha*

O Dia 15 de junho, conhecido como o Dia Mundial de Conscientização da Violência contra a Pessoa Idosa foi instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU) e pela Rede Internacional de Prevenção à Violência à Pessoa Idosa, em 2006. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) idoso é todo indivíduo com 60 anos ou mais. No Brasil, os direitos dos idosos são regulamentados pela Política Nacional do Idoso, bem como o Estatuto do Idoso, sancionados em 1994 e em 2003, respectivamente. A violência contra a pessoa idosa deve ser entendida como uma grave violação aos Direitos Humanos e de acordo com o Art. 3º do Estatuto do Idoso.

Quando crianças, sonhamos que o tempo passe depressa, que chegue logo a vida adulta, na adolescência queremos ser independentes a qualquer custo mas, ao chegarmos na idade adulta lembramos com saudades da infância e da juventude, desejando que o tempo não tivesse passado.Já a fase idosa carrega consigo angústias, desafios e medos. O momento que deveria refletir a leveza e sabedoria da vida, tem sido, na verdade, reconhecido como uma das fases de maior perpetração de violência. O número de denúncias de violência e de maus tratos contra os idosos cresceu 59% no Brasil durante a pandemia do novo coronavírus.

A violência contra a pessoa idosa pode assumir várias formas e ocorrer em diferentes situações,por diferentes motivos, entretanto, é impossível dimensioná-la em toda a sua abrangência, pois ela é subdiagnosticada e subnotificada. Segundo dados da Secretaria Nacional dos Direitos da Pessoa Idosa do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos as denúncias de violações contra pessoas idosas representam 30% do total de denúncias recebidas pelo Disque 100 em 2019,  foram contabilizados 48,5 mil registros referentes à denúncias de violações de direitos das pessoas idosas.

Além da vulnerabilidade social e econômica, grande parte das idosas e dos idosos brasileiros é alvo do isolamento e do abandono por parte de familiares, muitas vezes sem condições estruturais de acolher e cuidar do parente durante a velhice. A sociabilidade é um fator fundamental para o envelhecimento saudável e ativo, ben como a manutenção da autonomia. Cerca de 28 milhões de brasileiras e brasileiros se encaixam no grupo dos idosos, totalizando 13% da população. 

Em 2018, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), realizou projeção sobre a pirâmide etária da população brasileira, segundo o estudo, a porcentagem  de pessoas idosas tende a dobrar nas próximas décadas. É urgente, então, preparar uma sociedade para que saiba lidar com a velhice, para isso, é preciso criar políticas públicas de promoção da qualidade de vida de pessoas idosas.

*Mariana Rocha - Gestora da Rede de Coordenadorias do Município de Dourados, Colunista no AlôDourados