18/05/2023 14:01 um ano atrás

Simted articula "plano" para burlar lei e prejudicar alunos com a greve



Áudio de membro da diretoria do Sindicato, em grupos de Whats App, recomenda professores fazerem "esquema" durante paralisação

Com baixa adesão dos professores de Dourados ao movimento grevista anunciado para semana que vem em Dourados, a direção do Simted (Sindicato Municipal dos Trabalhadores em Educação de Dourados) está colocando em prática um plano maldoso de mobilização que prejudica alunos e pais que estudam e dependem de Rede Municipal de Ensino.

Uma professora, membro da diretoria do Sindicato, em áudio postado em grupos de Whats App, fala claramente e sem rodeios da estratégia a ser adotada na próxima semana durante o movimento grevista anunciado pela categoria. O áudio trata sobre assuntos sensíveis: reposição de aula, serviços de merenda e limpeza e o que pode ser considerado o mais grave, que é o improviso elaborado e premeditado durante as aulas das crianças.

Na gravação, a membro da diretoria do Sindicato manda mensagem para uma professora. "Não repõe, não repõe (as aulas perdidas). Eu sou do maternal 1 e você é do maternal 2. Na semana que eu estou na greve eu faço meu planejamento e a gente já combina antes que é você que vai ficar com minha turma. Sim, é desgastante, é. Vai juntar turma, vai pro parque, sei lá eu. Como diz o João, vai virar um caos. Mas é esse o plano, entendeu? Tem que ser. Tá atendendo 100%, ninguém dispensou as crianças", diz a representante do Simted no início da gravação.

E ela continua orientando a colega de como burlar o planejamento das aulas: "Eu deixo meu planejamento, atividade, o que for impresso e o que não for (...). O que for de planejamento tá registrado no meu caderno, tá impresso e eu deixo com você (...). Nessa semana você vai dar atividade para a minha turma, com o planejamento que eu fiz, lógico que a gente planeja atividade parecida, tudo isso daí (...). Na semana seguinte você vai pra greve e eu fico. Você faz seu planejamento e você me entrega e deixa regitrado no seu caderno (...). A dupla ou trio (de professores) combina isso, combina como vai ser e aí deixa registrado no caderno. Não repõe nada, não repõe", continua a gravação.

A armação, além de prejudicar os alunos com o conteúdo aplicado de forma improvisada contraria a Lei, pois o professor que não dá aula não pode receber pelo serviço se realmente não trabalhou. O fato é gravíssimo, pois a Prefeitura de Dourados estaria pagando pelo horário trabalhado do profissional sem ele realmente ter prestado o serviço. Além de burlar a legislação quem paga por isso é o contribuinte, ou seja, a população de Dourados.

E não para aí, o esquema proposto pela diretora também atinge os administrativos da Educação. " Administrativo a mesma coisa: tem o dia da cozinha e o dia da limpeza. No caso da cozinha a gente vai ter que ver o que fazer. Mas assim, dia da limpeza, ah então, hoje é a semana que a limpeza tá em greve? Não vai limpar, não va limpar, simples assim, não é pra quem ficar ter que se desdobrar e fazer as duas partes. Não é isso. A gente só tem que ver como vai fazer com o Ceim (Centro de Educação Infantil Municipal) com relação a refeição. Vamos pensar nisso, mas é ideia é essa: É pra limpar? Não limpa. É pra varrer? Não varre. (...) É pra fazer cada qual seu trabalho, ninguém repõe, porque todo mundo fez sua parte. Ninguém repõe.

A atual gestão não tem por hábito, compensar ou abonar faltas dos professores. O entendimento é que o aluno da Rede Municipal não pode ser prejudicado e por isso, caso a greve realmente aconteça, como no ano passado, as aulas terão que ser dadas nem que seja em dezembro ou janeiro do ano quem para o cumprimento do ano letivo.

Aumento de 25%

O movimento é mais uma pressão do Sindicato, que decidiu ignorar o reajuste de quase 25% no salários dos professores nos últimos dois anos. Com a proposta de 6% de reajuste este ano, somado aos 18,86% do ano passado, os profissionais da educação conquistaram um reajuste equivalente a 1/4 do salário em apenas dois anos, aumento considerado inédito em Dourados se comparado com a média histórica.

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