07/02/2022 14:14 Há 2 anos

Rose Modesto sai do muro e anuncia pré-candidatura ao Governo do MS e saída do PSDB



Por Liziane Berrocal

Com direito jingle bem produzido e discurso ponderado a deputada federal Rose Modesto anunciou finalmente que é pré-candidata a governadora de Mato Grosso do Sul. Ela confirmou ainda sua despedida do ninho tucano e que o caminho será pelo União Brasil, no entanto, será  preciso  esperar a legislação permitir a mudança partidária.

“Sou professora por formação e política por vocação”, disse uma Rose que não fugiu de seu estilo de sempre se apresentar. ”Sou o que sou sem maquiagem, sem duas caras, e é assim que me apresento para o povo do meu estado. Eu quero ser governadora porque quero servir ainda mais o povo de MS”, destacou lembrando sempre que é a única mulher com a pré-candidatura posta. 

“Uma pré-candidatura ao governo do estado para ser competitiva deve ter sua origem na força de muita gente e na união de muitos sonhos. Porque sonho que se sonha junto se torna realidade. Mato Grosso do Sul nasceu do sonho de muita gente que queria transformar este pedaço maravilhoso do Brasil num lugar de liberdade, numa terra de oportunidades, num exemplo para todo País. Não acredito em salvadores da pátria. O desenvolvimento é um processo contínuo. É resultado das nossas escolhas. Cada homem que teve a honra de ser eleito para governar o Mato Grosso do Sul contribuiu para chegarmos até aqui com seus erros e acertos. Muito foi feito. Muito falta por fazer. Gentileza gera gentileza. Por isso, eu agradeço a Wilson Barbosa Martins, Ramez Tebet, Marcelo Miranda, Pedro Pedrossian, Zeca do PT, André Puccinelli e Reinaldo Azambuja”, disse citando todos os ex-governadores do estado lembrando até mesmo Reinaldo. 

Ela ainda usou o mesmo caminho que está usando o seu ex e futuro concorrente Marquinhos Trad. “Não farei acertos com os grandes para prejudicar os pequenos. Nem vou me curvar aqueles que querem tirar os direitos dos trabalhadores”, afirmou sem citar Bolsonaro mas lembrou que a “mais frágil das democracias é melhor do que a mais forte das ditaduras”, lembrou. 

“Não tenho a intenção de inventar a roda, porque quem tem fome tem pressa”, disse ela dizendo que seu nome vai aliar afeto e governança. 

Rose nao fugiu do clichê eleitoral de quem quer o voto daqueles que fogem da polarização. “Não se reduz desigualdade sendo de esquerda ou direita, eu não caí de paraquedas aqui, mais experiente me sinto mais preparada”, afirmou citando um trecho do jingle de abertura. 

Ela ainda aproveitou para agradecer o PSDB. “Aproveito para agradecer aos amigos que fiz lá”, afirmou. 

Leia abaixo o discurso na integra:

Hoje é um dia especial para mim. Confesso que não é fácil estar aqui para anunciar que sou pré-candidata ao governo do Mato Grosso do Sul. Sem dúvida, é o maior desafio da minha vida.

Antes de tudo, gente, preciso agradecer. Agradecer todos que me ouvem do fundo do meu coração. Este momento não é meu. É nosso. E é tudo nosso. Porque é juntando forças que se vai além.

Quero também aqui render minha solidariedade às milhares de famílias sul-mato-grossenses que perderam parentes queridos para a Covid-19.

Esta pandemia, que não acabou ainda, testou todos os nossos limites físicos, financeiros e emocionais. Levou nossos profissionais da saúde ao extremo. Viva as vacinas! Viva a ciência! Viva o SUS!

Começo deixando uma coisa bem clara: coragem não é um atributo masculino ou feminino. Coragem não tem sexo. Coragem é um ato de amor.

E o que me traz aqui hoje é, exatamente, o amor que sinto pelo nosso estado.

Sou uma mulher de 43 anos, cristã, a única menina de cinco filhos da dona Fulgência e do seu Alcides, uma trabalhadora doméstica e um trabalhador rural.

Venho de uma família humilde, modesta até no nome. Vim do interior primeiro. Depois da periferia.

Nasci em Fátima do Sul, no distrito de Culturama. Tenho muito orgulho das minhas raízes interioranas.

Viemos tentar a sorte aqui na capital. Eu era criança. O que minha mãe mais queria era ver a gente estudando. E tratou de matricular os filhos numa escola pública. O plano de dona Fulgência deu muito certo.

Hoje posso dizer sem erro: a educação salvou a minha vida. Eu sou mais um milagre da educação!

Consegui me formar graças a uma bolsa de estudos. Batalhei, cresci e me tornei professora em Campo Grande, onde trabalhei em sete escolas.

Tenho duas paixões: sou professora por formação e política por vocação. Cresci em sintonia com o povo. Tenho muito orgulho da minha trajetória e sou grata a todos que me ajudaram nessa caminhada até aqui.

Fui ajudada por muita gente. Quero retribuir o amor que recebi. Cada um de nós importa nessa jornada. E unidos nessa travessia, vamos transformar o nosso estado.

Darei o melhor de mim nessa disputa. Estou entrando de cabeça nesse processo. Vou trabalhar para sair desta eleição melhor do que entrei.

Mas os fins, para mim, não justificam os meios. Não farei acertos com os grandes para prejudicar os pequenos.

Não vou me curvar a nada ou a ninguém que ameace retirar direitos dos cidadãos. E nem vou ser cúmplice de privilégios.

A capacidade de me indignar e de fazer desta indignação uma causa, mobilizando gente, me deu a coragem necessária para tomar a difícil decisão de entrar na política.

E a experiência me ensinou que fora da política não há salvação. É a boa política que garante a democracia e o estado de direito, conquistas do povo brasileiro.

A mais frágil democracia ainda é melhor do que a mais poderosa ditadura. Só nas democracias nossas liberdades estão garantidas.

Por isso, sempre honrei os mandatos que recebi democraticamente do povo do meu estado.

Eu sou o que sou, sem maquiagem, sem duas caras: uma pessoa simples, corajosa e autêntica.

Sou trabalho e fé em Deus. Essa sou eu. Essa é minha biografia. E é assim que me apresento ao povo do meu estado: sem máscara, de maneira transparente.

Vou pedir licença e partir logo para um papo reto, sem voltas ou rodeios, respondendo duas perguntas que considero inevitáveis.

Primeira pergunta: por que eu quero ser governadora?

Porque eu quero servir ainda mais ao povo de Mato Grosso do Sul.

Acredito na força da nossa gente trabalhadora que, mesmo enfrentando todo tipo de dificuldades, não desiste de ser feliz.

Eu também não desisto de ser feliz e de fazer as pessoas felizes.

Desistir é uma palavra que não faz parte do nosso dicionário. Somos sul-mato-grossenses. Não desistimos nunca.

Um projeto dessa envergadura jamais será fruto de um desejo pessoal. Ninguém é candidato de si mesmo.

Uma pré-candidatura ao governo do estado para ser competitiva deve ter sua origem na força de muita gente e na união de muitos sonhos. Porque sonho que se sonha junto se torna realidade.

Mato Grosso do Sul nasceu do sonho de muita gente que queria transformar este pedaço maravilhoso do Brasil num lugar de liberdade, numa terra de oportunidades, num exemplo para todo País.

Não acredito em salvadores da pátria. O desenvolvimento é um processo contínuo. É resultado das nossas escolhas.

Cada homem que teve a honra de ser eleito para governar o Mato Grosso do Sul contribuiu para chegarmos até aqui com seus erros e acertos. Muito foi feito. Muito falta por fazer.

Gentileza gera gentileza. Por isso, eu agradeço a Wilson Barbosa Martins, Ramez Tebet, Marcelo Miranda, Pedro Pedrossian, Zeca do PT, André Puccinelli e Reinaldo Azambuja.

Obrigada a estes senhores. E aos que já nos deixaram, obrigada às famílias.

É uma pena que ainda não haja uma mulher nesta lista histórica. Mas os ventos da mudança sopram forte, trazendo a possibilidade de realizar esta façanha inédita de, enfim, ter uma mulher à frente do Governo do Mato Grosso do Sul.

Não tenho a pretensão de inventar a roda. O meu compromisso é o de fazer a roda do poder público girar mais rápido, porque quem tem fome, quem espera na fila dos hospitais, quem está sem emprego ou quem está empregado ganhando pouco, tem pressa.

Vivemos num tempo em que se ensaia uma tímida retomada econômica, ainda com renda muito concentrada e empregos precários, salários em queda e uma inflação alta demais, que maltrata as famílias mais pobres.

Hoje você precisa de mais de 100 reais para fazer aquela comprinha que ontem você fazia com 60 reais.

A luz está cara. A gasolina está cara. A comida está cara. O aluguel está caro. Os impostos estão caros. A vida está muito mais cara. E a grana das famílias está muito mais curta. Isso tem que mudar. E se depender da gente, vai mudar.

Segunda pergunta inevitável que eu gostaria de responder aqui é o que o povo de Mato Grosso do Sul ganha se me der a honra de me eleger governadora?

Ganha a certeza de um governo sério.

Um governo que vai trazer progresso. Vai aprofundar a digitalização da governança. Vai tratar com rigor os recursos públicos. Vai respeitar os servidores. Vai governar para todos e, em especial, para quem mais precisa. E vai aliar eficiência e afeto, produção e preservação.

Somos um estado rico que não pode escolher permanecer tão desigual. A pandemia escancarou nossas desigualdades. Impossível tapar o sol com peneira neste contexto digital.

Precisamos agora focar na inclusão social. Para isso, temos de cuidar das contas públicas para cuidar das pessoas, criando as condições econômicas para ampliar os programas de transferência de renda.

Não faz sentido algum ser um gigante do agronegócio e ver parte da nossa população voltar a passar necessidade.

Não dá para aceitar ser um dos maiores produtores de grãos e proteína do planeta e conviver com a fome de novo, que já está na mesa de milhares de famílias sul-mato-grossenses.

A gente não reduz desigualdade sendo de esquerda ou de direita. Nem defendendo estado máximo ou estado mínimo.

A gente combate a desigualdade sendo sustentável. Fazendo mais. Sendo responsável fiscal e socialmente. Sem enganação. Sem embromação. Sem populismo barato.

Eu não caí de paraquedas aqui. Tenho uma história de serviços prestados ao nosso estado.

E agora, mais experiente, me sinto mais preparada e vou disputar o governo. Me apresento para essa disputa de coração honesto. Sou Rose Modesto, vocês me conhecem bem.

Como professora, mais do que ensinar, aprendi a ouvir as pessoas. Por isso, vamos mudar o Mato Grosso do Sul ouvindo para governar e tirando as pessoas da invisibilidade.

Eu sei que a caminhada vai ser longa e difícil, mas será vitoriosa com a ajuda de Deus e o apoio do povo. Eu boto fé.

Antes vamos ter de enfrentar a arena eleitoral. E quando a legislação eleitoral permitir, faremos uma campanha limpa.

Meus adversários não são meus inimigos. Não estamos em guerra uns contra os outros. Não vivemos num vale tudo.

Somos todos sul-mato-grossenses. Somos irmãs e irmãos. Vizinhos. Compadres e comadres. Uma grande família. O respeito ao outro vai pautar minha postura nessa disputa.

Quero vencer nos argumentos, nas ideias, no debate democrático, na moral.

Aproveito aqui para agradecer ao PSDB, partido no qual deixo muitos amigos. Tomamos agora caminhos diferentes. Decidimos viver e não ter a vergonha de ser feliz. É a vida e é bonita.

Será uma jornada muito difícil. Daqui a pouco, vão começar as provocações, as intrigas da má política. Podem vir quente que eu estou fervendo.

Não vão me intimidar. Não tenho medo de cara feia. Nunca dei ouvidos a preconceitos. Eu sei, e o povo também sabe, que o Mato Grosso do Sul não tem dono. O Mato Grosso do Sul é de todos nós que respeitamos a lei.

O que estou anunciando aqui é uma pré-candidatura fruto de um amadurecimento democrático. Ninguém precisa ter sobrenome importante para liderar o Mato Grosso do Sul.  

A beleza da vida é juntar pessoas. Não é separar pessoas. A diversidade fortalece. A polarização enfraquece. Temos muitos talentos em Mato Grosso do Sul. E todos são bem-vindos neste movimento que começa hoje, aqui e agora.

Ser governadora não é uma obsessão. É uma convocação. Uma missão.  

Missão que assumo com o compromisso de aumentar o sarrafo da ética, a confiança no Mato Grosso do Sul e a esperança num futuro com mais justiça social. Este é o Norte que vamos dar para o nosso estado.

O povo sonha com um novo tempo. Bora então fazer acontecer este novo tempo. É isso que vamos entregar. É esta mobilização que vamos liderar.

Enfim, convido todos vocês que me ouvem a fazer parte deste movimento de mudança. Vamos mudar o Mato Grosso do Sul com esperança, ordem e progresso. A hora é agora. Já. Mãos à obra!

Muito obrigada.

Com informações: aonça.com.br

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