Dívida milionária e atrasos no pagamento de médicos são desafios na Funsaud
Com dívidas milionárias, a Fundação de Serviços de Saúde de Dourados (Funsaud), corre o risco de desabastecimento de insumos e até mesmo paralisação de serviços essenciais. Esse foi o quadro encontrado pelo novo diretor-presidente da Fundação, Milton Batista Pedreira Júnior. A instituição é responsável pela administração do Hospital da Vida e Unidade de Pronto Atendimento Médico de Dourados (UPA).
Ao O PROGRESSO, Júnior detalhou que encontrou o caixa da Fundação praticamente zerado e com débitos alarmantes; alguns deles com mais de 7 meses de atraso. “Havia R$ 2.9 mil nos cofres e 80% das contas vencidas do ano passado. São insumos e medicamentos que abastecem as duas unidades que a Fundação administra. Além disso a gestão passada deixou de pagar os médicos em sua totalidade; deixando 20% do pagamento para a nova administração. A categoria está assim há pelo menos dois meses”, revela.
O diretor-presidente disse ainda que para impedir que os serviços fossem interrompidos iniciou um trabalho de negociação das dívidas com os fornecedores e muitas delas foram parceladas. Paralelamente a isso a nova diretoria tem feito levantamentos sobre a situação financeira da Fundação. “O objetivo é tomar pé da verdadeira situação contábil. O cenário que encontramos foi de extrema desorganização principalmente nos controles de contratos e demais despesas. Para se ter uma ideia haviam três precatórios no valor total de R$ 230 mil e que a Funsaud foi obrigada a pagar para não ficar inadimplente; dívidas do ano passado”, relata.
Para equilibrar a situação financeira da Funsaud, o diretor-presidente pretende reduzir despesas através de readequação do quadro de funcionários, almoxarifado e controle de gastos e faturamento. “Nossa missão será fazer uma gestão com transparência, resgatando, principalmente, a credibilidade da Fundação”, complementa.
Junior disse que ainda não pode afirmar o valor total do “rombo” na Funsaud, mas acredita que pode estar próximo dos R$ 65 milhões, conforme dados do Relatório do SNA (Sistema Nacional de Auditoria) do SUS, o Sistema Único de Saúde.
Créditos: O Progresso
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