18/06/2022 06:06 Há 2 anos

Decisão irresponsável causa morte de trabalhador



Funcionário sofreu queda de seis metros de altura depois dereceber ordem da chefia para subir no telhado durante chuva forte sem equipamentos de segurança

 

 

 

Uma decisão irresponsável da gerência e do supervisor, do Frigorífico BXB Foods, localizado em Nioaque, interior do Mato Grosso do Sul causou a morte do pedreiro João Evangelista da Silva, de 61 anos. Ele estava de serviço nessa empresa, mas era registrado em outra, também do grupo, a Pantanal Produtos Alimentícios Ltda. O acidente de trabalho aconteceu no dia 03 em março desse ano.

No momento do acidente chovia forte e a vítima foi obrigada a subir no telhado do barracão para desentupir as calhas sem os devidos equipamentos de segurança de onde e caiu de uma altura de cerca de seis metros e sofreu traumatismo craniano.

Momentos antes do acidente o supervisor do frigorífico havia ordenado que outros pedreiros subirem no telhado,mas estes se recusaram porque a empresa não tinha os equipamentos de proteção adequados para o serviço, como linha de vida e cinto de segurança, usados para evitar quedas de lugares altos.

Como houve resistência dos demais trabalhadores, o gerente do frigorífico e o supervisor de serviços foram insistentes na decisão irresponsável e procuraram João Evangelista, que era o mais experiente do setor e ordenaram que ele fizesse o serviço. Todas as ações foram acompanhadas pela Técnica em Segurança do Trabalho da empresa.

Mesmo diante dos riscos, para não desobedecer às ordens expressas dos superiores, a vítima foi fazer o serviço acompanhado de outro trabalhador que também foi obrigado a subir no telhado do barracão. Mas ao chegar na cobertura João Evangelista perdeu o equilíbrio, sofreu a queda e teve lesões graves que tiraram a vida dele.

O acidente aconteceu porque a empresa não forneceu ao trabalhador linha de vida e cinto de segurança, equipamentos de proteção usados para realização desse tipo de serviço, principalmente em condições adversas, já que chovia forte e o telhado estava escorregadio.

Depois da queda João Evangelista vomitou sangue e um líquido amarelado. A vítima foi socorrida e encaminhada por outros trabalhadores até o pronto socorro de Nioaque, mas devido a gravidade dos ferimentos foi pedido transferência para a Santa Casa de Campo Grande para realização de intervenção cirúrgica por causa de traumatismo craniano com perda de massa encefálica, causado pela queda.

Durante o período de internação a empresa não prestou nenhuma assistência a família da vítima. Os familiares tiveram que arcar com despesas como hospedagens e alimentação para visitarem João Evangelista, na capital e até frauda geriátrica precisaram comprar porque o hospital público não tinha. A empresa forneceu algumas vezes combustível para o deslocamento, após muitos pedidos.

O trabalhador ficou internado 68 dias, onde precisou ser entubado e sofreu duas paradas cardíacas antes de ir a óbito em 10 de maio desse ano.

A morte de João Evangelista foi sentida não só pelos familiares, mas por toda a comunidade de Nioaque onde era bem quisto, na sociedade e frequentava assiduamente a igreja com a esposa e os filhos.  

Foi só depois da morte do trabalhador que o frigorífico passou a adotar uso de corda de vida e cinto de segurança,nos serviços de manutenção do telhado.

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