09/07/2022 10:33 Há 2 anos

Cheio de ideias e muita vontade de trabalhar, diz André



Da redação

O ex-governador André Puccinelli (MDB) completou neste fim de semana mais uma rodada de visitas ao interior do estado, onde tem se reunido com os moradores de cada município, lideranças da sociedade civil, associações comerciais e sindicatos de trabalhadores. Ele esteve em Coronel Sapucaia, Amambai e Caarapó.

“Passo o domingo com a família e na semana que vem estou na estrada de novo”, afirma ele, animado.
Na agenda do pré-candidato estão previstas reuniões em São Gabriel do Oeste, Rio Verde de Mato Grosso e Corguinho a partir de quinta-feira da próxima semana. De acordo com assessores, esta tem sido a rotina de André desde março, quando deu início efetivo à pré-campanha. Em todos os encontros, repete que será lançado oficialmente candidato ao governo do Estado Mato Grosso do Sul na convenção de seu partido, marcada para o dia 5 de agosto.

Não houve pausa nem mesmo para comemorar o aniversário de 74 anos, recém-completados no dia 2 de julho. “Não há tempo a perder. A grande comemoração será após a eleição que, Se Deus quiser, com a nossa vitória e dos nossos aliados”. André diz que está cheio de ideias, energia, disposição e muita vontade de trabalhar.

Liderando as pesquisas
Sobre ataques que começou a sofrer, ele garante que se devem ao fato de estar liderando as pesquisas, apesar de ter deixado o governo há oito anos. “O povo não esquece o que fiz por Campo Grande e por Mato Grosso do Sul”, completa. Nesta pré-campanha, André percorreu mais da metade dos municípios sul-mato-grossenses, conversando com prefeitos, vereadores e entidades da sociedade civil. Diz que o propósito de suas visitas é recolher com a população ideias e projetos que possam ser incorporados ao plano de governo que vem sendo preparado por sua equipe de técnicos e colaboradores. Promete apresentar ideias que levem inovação, emprego e desenvolvimento tanto para cidades do interior quanto para Campo Grande. Recentemente esteve reunido com empresários do Paraná para tratar de investimentos em Mato Grosso do Sul.

“Governar é resolver os problemas do presente, mas, ao mesmo tempo, projetar o futuro. Há 11 anos fui ao Chile discutir com diretores da Arauco a possibilidade de instalarem em MS uma fábrica de celulose, agora a fábrica está chegando”, explica.

Pré-campanha
Sobre o inevitável desgaste físico provocado por uma pré-campanha longa, seguida da eleitoral propriamente dita, Puccinelli garante que está pronto: acorda antes das seis da manhã e só vai dormir depois de 11 da noite. Brinca que cumpre uma agenda exaustiva capaz de derrubar qualquer jovem de 30 anos, mas “estou acostumado, desde o tempo em que era médico em Fátima do Sul”.

O MDB, diz, já fez o dever de casa: tem todos os candidatos na chapa para deputado estadual e federal. Em sua opinião, esses serão os seus principais cabos eleitorais, “nas ruas e casas de cada cidade”, após a convenção do partido.

Adversários
Aos adversários, o ex-governador não mediu as palavras. Sobre o PSDB de MS, Pucinelli disse que os tucanos deveriam estar explicar por que demoraram anos para terminar o Aquário do Pantanal por pura “birra política”, sem pensar nos interesses do estado e da população. Afirma que apoiará a candidatura presidencial de Simone Tebet (MDB) e alfineta o pré-candidato Eduardo Riedel (PSDB), que tem a expectativa de ter o apoio do presidente, Jair Bolsonaro (PL).

“Campanha de presidente e de governador são coisas completamente diferentes. Depois da eleição e desta polarização que não leva a nada, os sul-mato-grossenses vão continuar morando aqui. Quero ser o governador de todos, dos que votarem no Bolsonaro e nos que votarem no Lula, no Ciro e na Simone”, afirma.
Em relação, a deputada federal Rose Modesto (União) e o deputado Capitão Contar (PRTB), diz que é preciso esperar as convenções para ver se manterão as candidaturas ao governo. Quanto ao ex-prefeito Marquinhos Trad (PSD), apontado até o momento como o segundo colocado nas pesquisas e um possível adversário no segundo turno, ironizou sobre sua saída da Prefeitura de Campo Grande, deixando o mandato pelo caminho. “Não (me surpreendeu). Ele vinha falando e ninguém acreditava. Pelo menos, desta vez, falou com a verdade”, cutucou.

Confira a entrevista:
O Estado: Sua candidatura é irreversível ou ainda pode haver algum tipo de mudança?

Puccinelli: Sou pré-candidato e após o dia 5 de agosto serei candidato ao governo de Mato Grosso do Sul. Toda informação diferente desta, não passa de especulação e fake news lançado por meus adversários. Só especula quem está com medo.

 

O Estado: Por que tanto querem tirar o senhor da disputa?

Puccinelli: Porque estou liderando as pesquisas, é natural e faz parte do jogo. A população já entendeu essa jogada da baixa política e está ao meu lado.

 

O Estado: Estando na frente das pesquisas, mesmo passados oito anos do último governo, isso tem incomodado os adversários?

Puccinelli: Provavelmente, sim, ficam lançando fake news. Lançando informações mentirosas. Eu prefiro não perder mais tempo desmentindo. As ações por si vão desmenti-los. A população me conhece e sabe o que fiz por nossa capital e pelo estado.

 

O Estado: Incomoda ser chamado de “velho” pelos adversários?

Puccinelli: Nem um pouco, não dou bola, meu compromisso é com o povo e com o que o povo sabe de mim e da minha vida. Eles não têm o que mostrar, não sabem o que é governar um estado após uma pandemia terrível, não tem ideias. Acordo antes das 6h da manhã, visito três, quatro ou mais municípios por dia, rodo de carro centenas de quilômetros, faço dezenas de reuniões, nem almoço na maioria das vezes. Essa é a verdade, a única verdade sobre minha rotina. Nesta pré-campanha já visitei um total de 46 municípios. A meta é passar nas 79 cidades e mais de uma vez. Apresento ideias e incorporo sugestões para o plano de governo, um plano de ações que leve em conta as peculiaridades locais e promova inovações em cada município. De todos os 46 municípios, apenas um prefeito não quis nos receber.

 

O Estado: Pode citá-lo quem foi?

Puccinelli: Está no caminho de São Paulo e usa chapéu… É o chapeludo de Três Lagoas [prefeito Angelo Guerreiro]. Ele nos disse: “Não vou receber”. Eu lhe respondi: “Tudo bem”. Democracia é assim mesmo. Vale até para os mal-educados. Quando for governador, vou tratá-lo com respeito, porque tenho respeito e amor pela população de Três Lagoas.

 

O Estado: Como tem visto seu nome nestas andanças?

Puccinelli: Eu fiquei surpreso pelo carinho e pelo respeito com que sou recebido. O público guarda boas lembranças, recorda de obras, relembram a proximidade e o acesso que sempre mantive com todos, de lideranças políticas a gente do povo. É muito bom relembrar ações.  Está sendo uma experiência muito boa essa pré-campanha. Estou gostando e me divertindo.

 

O Estado: O mês de julho marca o início das convenções. O MDB pode trazer ao seu lado em MS os partidos que eventualmente formarão chapa com Simone Tebet à Presidência?

Puccinelli: Nós estamos de aliança com o Solidariedade. A influência da eleição presidencial não é tão preponderante na eleição de Mato Grosso do Sul como é em outros estados. Nós temos o Solidariedade e provavelmente teremos mais um ou dois partidos que se aliarão conosco. Já marcamos a convenção do MDB, será no dia 5 de agosto, na Associação Nipo-Brasileira, saída para Três Lagoas, em Campo Grande.

 

O Estado: Será só no dia 5 de agosto a confirmação sobre o nome do vice da chapa?

Puccinelli: Será no dia da convenção. Poderá ser um homem ou uma mulher (risos).

O Estado: Existem três nomes sendo especulados?

Puccinelli: São cinco. Nesse caso, o que importa é a sintonia entre candidato e vice sobre os caminhos a seguir para cuidarmos da população, para gerarmos rapidamente emprego e levarmos o desenvolvimento para todas as regiões, respeitando suas vocações. O que o vice precisa ter: é trabalhar em consonância com o titular, com o mesmo objetivo, mesmo dinamismo, mesma intensidade, e paralelamente olhando para a frente

O Estado: Existiu o convite para Rose Modesto (União) de ocupar esta vaga em sua chapa?

Puccinelli: Rose seria uma ótima vice. Mas o fato é que ela não quer ser vice de ninguém e temos que respeitar sua vontade.

O Estado: Mas como fica toda esta situação do PSDB nacional estar apoiando Simone?

Puccinelli: Isso é um problema deles. Como disse a eleição para governador não tem relação direta com a de presidente. Vou governar para todos.

 

O Estado: Sabendo desta possibilidade de a Simone ser candidata à Presidência, existe a chance de o partido não lançar nenhum nome ao Senado ou tem outros nomes?

Puccinelli: Uma coisa não tem nada que ver com a outra. As composições se fazem aleatoriamente. O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) regulamentou que não pode ter dois senadores na mesma chapa majoritária ao governo.  Parece-me que isso inviabiliza a questão do Luiz Henrique Mandetta (União) e Sergio Harfouche (Avante) na mesma chapa. O MDB está preocupado com as chapas de estaduais, federais e de governo. Já temos a chapa completa de pré-candidatos a federal, com nove nomes, e a chapa completa de estadual com 25, além disso o Solidariedade já tem os nomes dos 9 pré-federais e dos 25 pré-estaduais.

O Estado: Mas até que ponto a data de 5 de agosto poderá mudar todo o atual quadro de disputas no Estado?

Puccinelli: Se algum candidato ao governo de outro partido desistir pode modificar. Da nossa parte, o MDB de MS estará lá com seu candidato.

O Estado: Então, acredita que pode ocorrer alguma desistência?

Puccinelli: Especulações e boatos têm bastante… Capitão Contar e Rose Modesto. Eu não creio que nenhum deles desista.

O Estado: O senhor foi surpreendido com a renúncia do ex-prefeito Marquinhos Trad?

Puccinelli: Não me surpreendeu. Ele vinha falando. Pelo menos, desta vez, falou com a verdade.

O Estado: Em um eventual segundo turno, se pudesse escolher, preferia enfrentar Eduardo Riedel, Marquinhos Trad, Rose Modesto ou Capitão Contar

Puccinelli: Não tenho preferência. São adversários, Nenhum é inimigo. A gente tem que preparar o time para enfrentar o candidato que vier. Eu tenho o que mostrar e tenho ideias sobre o que fazer. Cada um que venda seu peixe respeitando os adversários. A população vai comparar e decidir o que considera o melhor para este momento do nosso estado.

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