18/10/2019 23:39 Há 5 anos

Carta Aberta - O que a sociedade precisa saber sobre a UFGD hoje



Em respeito a essas pessoas e a sociedade é que precisamos que conheçam a UFGD

A UFGD hoje vive em estado de alerta, não por um Golpe, como muitos querem fazer crer, mas pela frustração de um projeto de poder articulado por um grupo que se autodenomina como dono da Universidade, pais e mães da UFGD, que sim, nasceu em governo petista, mas que não se resume, não se restringe a isso.
O que chamam de Golpe, nada mais é que a legislação sendo aplicada no contexto da Universidade.
Entendam o que houve.
Muito antes do início do governo Bolsonaro, no final de 2018, o MEC já havia instruído a Universidade, assim como todas do país, de como proceder na sucessão da reitoria, cujo mandato local terminaria em junho de 2019.
Todas as instruções foram dadas à UFGD, que poderia ter cumprido o determinado. Mas, cumprir o determinado, implicava em cumprir a legislação vigente, que determina que cabe ao Presidente a escolha do reitor, dentre uma listra tríplice enviada.
Ora, essa é a legislação vigente, simplesmente isso, mas a opção da UFGD, com base em um parecer jurídico, tendencioso e encomendado, foi tangenciar as orientações recebidas e ludibriar o MEC com procedimentos diversos, e com a desculpa sorrateira do “sempre foi feito assim”, não seguiu a determinação prevista na legislação vigente.
Sempre foi feito assim? Sim, no governo petista, Lula e Dilma optaram por acatar o que era praticado na Universidade, sem contestar a onda de ilegalidade praticada pelos seus.
Ocorre que há um desconforto com o cenário nacional, e isso não nos convém questionar. Bolsonaro foi eleito, e assim como Lula e Dilma tiveram, tem a prerrogativa LEGÍTIMA, de escolher o reitor de uma lista tríplice encaminhada.
O que a Universidade precisava fazer? Enviar a lista tríplice. Parece simples. Mas não foi o que ocorreu.
Na tentativa de manipular a situação, os candidatos alinhados ao PT-UFGD, aliados à situação, se mobilizaram junto aos sindicatos e diretório acadêmico e fizeram um vergonhoso acordo, que culminou, após manipulação das indicações no colégio eleitoral, no envio do nome do Professor Etiene e mais dois “laranjas” petistas, para forçar o presidente a nomear um representante de seu grupo e projeto de poder.
Frustrada essa tentativa, o MEC e o MPF, por duas ocasiões tentaram que a lista fosse devidamente encaminhada, o que não ocorreu, porque esse projeto de poder, hoje representado pela imagem do Professor Etiene, conclama a si a democracia, o respeito a autonomia universitária, e toda uma gama de discurso de ordem para manipulação social, mas se recusa a cumprir o básico, a Lei, e o direito do outro, previsto na Lei.
Na UEMS, nossa vizinha, a realidade é outra, por quê? Porque lá a legislação é outra, há um preparo institucional de alinhamento ao que é legalmente vigente.
Por que em anos de governo petista não se alterou então a Lei? Também é fácil explicar, porque não há interesse nessa alteração, porque como estão as coisas, os professores continuam tendo maioria, ou seja, 70% de representatividade em todos os conselhos e demais ações da universidade. A consulta prévia paritária é apenas uma encenação.
A comunidade finge que vive uma democracia, se apodera do discurso, mas na prática, os professores detêm todo o poder decisório dentro da academia. Essa é uma realidade não só nossa, mas das IFES do país.
O que é nosso, fortemente, é o aparelhamento partidário. Um grande quintal desse grupo que hoje orquestra essa campanha difamatória de GOLPE.
O chamado golpe é nada mais que um ato de designação do MEC para manutenção administrativa da Universidade, juridicamente respaldado, considerando o final de mandato da gestão Liane/Marcio, e considerando o fato de que os que compõem as listas estão réus por corrupção, não podendo, obviamente, assumir.
Uma pessoa da Universidade, professora da casa, designada para responder pro tempore, enquanto não se resolvem as irregularidades e se apuram as responsabilidades pelos ilícitos ou tentativas de ilícitos visivelmente cometidos durante o processo de eleição, é a isso que deram nome de GOLPE.
O que dizer então sobre o fato de no último dia de gestão, o então reitor em exercício, nomear os diretores petistas das faculdades para um mandato de 4 anos, sem respeitar que essa é uma decisão da reitoria, no caso, decidindo pela próxima gestão?
O que dizer da nomeação de docentes no último dia de gestão onerando a instituição?
O que dizer do processo de construção da biblioteca da FADIR, que sim, CAIU por falta de alicerce, falta de fiscalização, e outros sem fim de ilícitos... ainda na gestão Damião, e que sequer processo administrativo foi montado. Prejuízos?? Sim, na ordem de quase meio milhão.
O que dizer de cheques da Universidade na mão de agiotas?? Sim, isso mesmo, recurso e dinheiro público na mão de agiotas...
O que dizer de um aluguel vencido e prorrogado pelo segundo ano consecutivo? Prejuízos?? Sim, na ordem de mais de meio milhão.
O que dizer da farra da cultura, nos recursos aprovados ad referendum? Somados lá se vão mais de um milhão no último semestre...
O que dizer dos concursos com banca indicada para favorecer os seus, como recente ocorreu na FADIR? E ocorreu indiscriminadamente nas gestões UFGD. Dinheiro público, meu e seu.
O que dizer da caixa preta que é o HU, por muito negligenciada???
O que dizer de cursos que não formam ninguém??
O que dizer dos shows gratuitos, pagos com o meu e seu dinheiro, em um semestre, Renato Teixeira e Almir Sater... Somadas as despesas dão quase meio milhão...
O que dizer do alinhamento e aparelhamento político da universidade com o PT? Que formam manifestantes e nada mais...
Já viu aluno de Medicina queimando pneu na rodovia? Não, eles estão estudando... Assim como a maioria da Agronomia, Nutrição dentre outros... que se recusam seguir a doutrinação política, mesmo que penalizados...
São muitos envolvidos nesse projeto de ocupação do poder? São sim! Fazem da universidade o seu quintal, e a todos que não compactuam com suas ideologias restam a pressão, opressão, exposição pública, acusação de golpista, segregação.
E assim caminha a UFGD, entregue a massa manipulada que reprime toda iniciativa de desenvolvimento que não passe pela “ptcracia” porque democracia é outra coisa, é respeitar a lei, as autoridades constituídas, mesmo que não alinhadas ao próprio pensamento.
Mas, há sim, mais que isso na UFGD, mais que queimadores de pneus na rodovia, mais que invasores de prédio público, mais que um projeto de poder.
Há pessoas que temerosas e tão habituadas à pressão e opressão preferem o silêncio e a manifestação do pensamento ordeiro e civilizado que de fato mantém a universidade funcionando dentro de uma regularidade.
Em respeito a essas pessoas e a sociedade é que precisamos que conheçam a UFGD e saibam reconhecer o que de fato está acontecendo e, se há golpe, esse é no seu e no meu bolso.

Servidores docentes, técnicos e acadêmicos cansados de discursos vazios.

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